O novo documentário do consagrado diretor brasileiro Sergio Rezende (Guerra de Canudos, Lamarca, Salve Geral, O Paciente, Em Nome da Lei) estreia esta quinta-feira, 23 de maio, às 20h, no Canal Brasil. Sertão Sertões, coproduzido pelo canal e narrado pelo cineasta, que assina roteiro e direção, propõe uma reflexão não apenas sobre o Brasil profundo como também sobre o abismo social e as realidades antagônicas de um país dividido. E questiona a profecia de Antônio Conselheiro: “o sertão vai virar mar, e o mar vai virar sertão”.
Filmado entre 2011 e 2021 nos sertões de Canudos (Bahia), Jalapão (Tocantins), Vereda e Salinas (Minas Gerais), agreste de Pernambuco, Marabá (Pará) e nas comunidades do Morro Dona Marta e Rocinha (Rio de Janeiro), Rondônia, Xangai (China), Miami (Estados Unidos), o documentário parte do fascínio de Sergio Rezende pelo sertão brasileiro, a partir de duas grandes obras da literatura brasileira: Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa.
“Esse projeto começou pela minha imensa admiração por Euclides da Cunha e por Guimarães Rosa, que fez uma viagem tocando boiada por Minas Gerais antes de escrever Grande Sertão Veredas. É um filme que mostra o povo brasileiro contando suas histórias. Lamarca foi filmado no sertão baiano; Doida Demais, no sertão amazônico; Canudos no sertão baiano; e Quase Nada, no sertão de Minas”
Sergio Rezende
Ao se aproximar de personagens de diferentes estados, desde capitais até aldeias indígenas e pequenos vilarejos do sertão, Sergio Rezende retrata em Sertão Sertões as muitas lutas do cidadão brasileiro contemporâneo, a constante busca por dignidade, pertencimento e justiça nos mais diversos campos da sociedade. Com entrevistas intimistas e pessoais, o filme descortina as diversas violências que separam cada vez mais o “sertão” do “litoral” – literal e figurativamente.
Revisitando o passado do país e traçando paralelos com relevantes momentos da atualidade, Sergio Rezende reflete sobre a natureza humana e as grandes dificuldades da sociedade; sobre a emergência climática e o extrativismo predatório, a miséria no Brasil, a globalização e polarização do mundo no Século 21. O diretor joga luz sobre uma discussão que ultrapassa as delimitações espaciais e físicas do território brasileiro, como questões da diversidade de culturas, línguas e dificuldades que assolam o país.
Classificação indicativa 14
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