A magia da experiência proporcionada pela exibição de filmes em salas de cinema continua insuperável, revela levantamento divulgado pela NATO (National Association of Theatre Owners), organização que representa; exibidores cinematográficos em 101 países ao redor do mundo. De acordo com a entidade, mesmo com todos os investimentos para atrair consumidores para as plataformas streaming, o público prefere investir mais nas produções que estreiam primeiro e exclusivamente nos cinemas.
Não significa, entretanto, que isso seja uma competição por audiência. Após experimentar a liberação simultânea nas duas plataformas, motivada pela paralisação provocada pela pandemia do coronavírus (covid-19), o mercado de distribuidores chegou a conclusão de que um lançamentos exclusivos em salas de cinema valorizam o desempenho do streaming. Ou seja, a tese de que o desenvolvimento de um segmento prejudica o outro torna-se insustentável.
A diretora de programação da Paramount+, Tanya Giles, observa, por exemplo, que o lançamento exclusivo nas salas de cinema de produções como Maverick beneficiou o serviço de streaming, pois a empresa encontrou maneiras de envolver os assinantes quando o filme estava em cartaz. No período, o interesse pelo original Top Gun cresceu 500% no streaming. O mesmo aconteceu com os originais de outras obras como Sonic 2 e Jackass Forever. O CEO da Warner, David Zaslav, apresenta outro resultado interessante: “Um filme que abre com janela exclusiva no cinema performa 5 vezes mais do que aquele que vai direto pro streaming“
A NATO apresenta os resultados de estudo feito pela National Research Group (NRG) que apontam as experiências das duas plataformas como diferentes e complementares. O público considera que, nas salas de cinema, vivenciam uma experiência que não conseguem em nenhum outro lugar, um evento memorável e uma diversão em comunidade e com amigos. Por outro lado, o streaming utilizado em casa é uma forma de relaxar ou desconectar-se do estresse.
A conclusão que chegamos é de que qualquer estúdio com um serviço de streaming que busque gerar receita, audiência e satisfação para o público deve aumentar a disponibilidade de títulos com lançamentos exclusivos significativos nas salas de cinema.
Artigo escrito por Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex)